ANIMEE aponta acordo UE-Mercosul como medida de mitigação sobre tarifas

O anúncio de imposição de tarifas de 30% sobre todos os produtos da UE, independentemente do Setor, a partir de 1 de agosto, feito por Donald Trump no passado dia 9 de julho, reaviva as preocupações

bandeirasEUA UE 270nwl

de todos as empresas exportadoras portuguesas, que são unânimes na sua urgência em explorar novos mercados, no imediato e até mesmo nos anos vindouros, a fim de mitigar o impacto da exposição a um mercado com a dimensão do americano.

Reforçar o Acordo UE-Mercosul é uma das soluções a explorar, conforme apontado pelo diretor-geral da ANIMEE, Aurélio Caldeira, que fez notar que, no caso do setor elétrico e eletrónico as maiores preocupações são o efeito indireto nos principais parceiros comerciais do setor no mercado europeu, para onde as empresas vendem o produto acabado, “que é depois, muitas vezes, integrado em outros produtos finais”, que “são posteriormente exportados para os EUA e para o México, como é o caso das componentes para a indústria automóvel”.

E como reforça Rafael Alves Rocha, Diretor-geral da CIP "Mesmo os setores em que o mercado norte-americano tem pouca expressão não deixarão de ser afetados. Tal será, por exemplo, o caso do setor automóvel, que não tem uma grande exposição direta ao mercado norte-americano, mas que exporta para empresas europeias muito dependentes deste mercado."

Recorde-se que o mercado europeu representa quase 80% dos países de destino das exportações do Setor Elétrico e Eletrónico. Por sua vez, apesar do peso bastante menor de 5%, os EUA são igualmente importantes em determinados negócios de nicho, bem como alternativa em épocas de recessão ou abrandamento económico na UE, como foi o caso do ano de 2024.

No entanto, quer a unilateralidade, quer a imprevisibilidade das decisões de Trump "têm enfraquecido não só a confiança global, mas também a posição dos Estados Unidos enquanto referência de estabilidade económica internacional”, o que torna ainda mais urgente o apoio do Governo em várias frentes. 

 

Fonte: Jornal Eco - Empresas pedem rapidez no acordo com Mercosul para mitigar quebra nos EUA

Newsletter 17/07/2025