No passado dia 17 de novembro teve lugar um evento do Grupo de Trabalho (WG1) para Standards Tecnológicos do Conselho de Comércio e Tecnologia (TTC) EU-EUA no qual a ANIMEE participou.
Recorde-se que o TTC foi lançado em Junho de 2021 e funciona como um fórum para a EU e os EUA coordenarem abordagens a questões críticas do comércio global economia e tecnologia e aprofundarem relações nestes domínios segundo princípios democráticos em comum, bem como os da OMC (Organização Mundial de Comércio).
Deste modo, o Grupo de Trabalho para Standards Tecnológicos foi constituído para à coordenar a cooperação no desenvolvimento de standards em torno das tecnologias críticas e emergentes como a IA (Inteligência Artificial), identidade digital, IoT (Internet of Things) e outras, bem como desenvolvimento da necessária regulamentação em torno das tecnologias limpas que suportem uma transição verde.
O debate versou em volta do tema de desenvolvimento de standards a nível tecnológico que está a ocorrer no setor público e privado e em várias indústrias na UE e nos EUA.
A sessão foi em grande parte uma oportunidade para vários representantes de empresas multinacionais ou instituições que estão a dedicar-se à estandardização a nível tecnológico falarem do seu trabalho e apelarem à necessidade de reforçar a cooperação dentro de cada indústria e a nível transatlântico, para que possa haver uma harmonização tão ampla quanto possível no estabelecimento de standards a nível tecnológico em ambas a EU e EUA, o que reforçará bastante as oportunidades de negócio e desenvolvimento para ambas as partes.
Principais ideias a reter:
- a necessidade de se estar atento ao que se está a passar a nível de estandardização tecnológica fora do âmbito do Technology and Trade Council (TTC), nomeadamente na indústria robótica da China.
- a necessidade de evitar a duplicação de trabalho, uma vez que haverá várias empresas a dedicar-se à estandardização em mercados semelhantes
- novos standards de encriptação estão a ser desenvolvidos
- benefícios que a estandardização a nível da segurança na IoT trará aos consumidores finais, nomeadamente quanto a ciberataques e informação ao consumidor final. O objetivo final neste domínio será o da certificação única.
Sophie Mueller, Head of Unit Standards Policy da Comissão Europeia rematou, em conclusão, que não faz sentido pensar-se em transição tecnológica e verde enquanto os standards tecnológicos não estiverem bem definidos e que existem muitas start-ups com tecnologias importantes, que deveriam ser incluídas nesta cooperação através de uma melhor comunicação.
A Associação Europeia dos Fabricantes da Indústria Fotovoltaica referiu que já existe estandardização a nível europeu nesta indústria e que seria bastante benéfico estendê-la aos EUA, a fim de se ampliarem as oportunidades de negócio e potenciar a sustentabilidade de ambos os lados do Atlântico.
Foi também apontado o facto de haver cada vez menos capacidade produtiva para tecnologias críticas e de existir falta de clareza relativamente a standards tecnológicos nas fábricas nos EUA.
Na segunda parte do evento, foi abordada a questão da identidade digital em que a GS1, organização global que desenvolve e mantém padrões para identificação única de produtos e serviços destacou:
- a necessidade da Indústria e Reguladores trabalharem em conjunto
- a necessidade de se estender a estandardização a cada vez mais produtos e técnicas quer da EU, quer dos EUA.
- o trabalho desenvolvido em torno do passaporte digital
Ken Monahan, Vice-Presidente dos Assuntos Económicos Internacionais e da Associação Nacional de Fabricantes concluiu dos benefícios de um objetivo último de criação de standards internacionais, prometendo o acompanhamento do TTC no sentido de elaborar políticas que reflitam o melhor possível as necessidades das Indústrias, rumo a uma relação comercial cada vez mais frutífera entre os EUA e a EU.
Sendo estes temas transversais a todas as indústrias e os grandes grupos e empresas multinacionais alguns dos protagonistas neste trabalho de convergência para a estandardização, a ANIMEE continuará a acompanhar as sessões do TTC.
Às empresas que queriam fazer parte desta Comunidade, seguir e/ou participar dos trabalhos deste Grupo, poderão tornar-se membros na plataforma Futurium aqui.