No passado dia 4 de Outubro teve lugar nas instalações da Siemens mais uma sessão do Programa CONNECT 4.0, uma iniciativa da COTEC que visa preparar as empresas tecnológicas para a expansão
internacional, fomentar a constituição de parcerias com empresas estabelecidas em mercados externos e a organização de novos ecossistemas de negócio.
Fernando Silva, atual CEO da Siemens começou por abordar o percurso da SIEMENS no âmbito da inovação, a qual está presente em toda a cultura da empresa, consubstanciando-se quer a nível de produto, quer de negócio, quer ainda nas muitas parcerias que estabelece com a concorrência, potenciando o desenvolvimento da inovação, que toma corpo mais cedo e impacta positivamente mais empresas, a própria Siemens e as economias, como um todo.
A Siemens Portugal, em particular, destaca-se por ser um dos cinco hubs mundiais de desenvolvimento tecnológico da multinacional, tendo demonstrado capacidade em exportar tecnologia portuguesa para todo o mundo. Assim, o lançamento da Siemens Xcelerator surge como uma forma de potenciar as diversas oportunidades de colaboração que a Siemens estende ao sector tecnológico nacional. O Siemens Xcelerator é uma plataforma de negócios digital aberta, que permite aos clientes acelerar a sua transformação digital de maneira mais fácil, rápida e escalável. A inscrição não tem quaisquer custos e segundo a Siemens, a plataforma tem os contornos de uma “rede social” que permitirá às empresas comunicar de forma aberta com os parceiros e divulgar de forma apelativa e concreta os seus projetos, facilitando a interação a muitos níveis.
Em seguida, Hélio Jesus, Diretor de Inovação da Siemens, moderou a apresentação de duas empresas portuguesas consideradas casos de sucesso de internacionalização.
A ARMIS, uma empresa especializada em Cibersegurança, Inteligência Artificial, Business Intelligence, Enterprise Solutions e Data, que conta hoje com uma presença global em mais de 11 países, iniciou a sua internacionalização no mercado brasileiro, uma oportunidade que surgiu e não desperdiçou, apesar dos principais desafios que refere: a adaptação a uma cultura muito diferente e dos requisitos do próprio projeto contratado ao longo de dois anos, onde a persistência e a disponibilidade para aprender e melhorar foram decisivos para os bons resultados por fim alcançados.
Também a PICADVANCED, empresa que atua nos segmentos de telecomunicações e biomedicina e que se dedica ao desenvolvimento e comercialização de componentes optoelectrónicos e instrumentação associada, experimentou os desafios da extensa e exigente regulamentação do mercado das telecomunicações americano, bem como da esmagadora concorrência asiática, cuja dimensão obrigou a um posicionamento de nicho, que conduziu por fim a empresa a uma experiência de sucesso no exigente mercado norte americano.
Como mensagem final, ambos os CEO da ARMIS e da PICADVANCED referiram a necessidade de o apoio das instituições públicas portuguesas de apoio à internacionalização, se focarem na promoção das empresas portuguesas - e do factor qualidade que efetivamente detêm no campo tecnológico - e menos na captação de investimento estrangeiro para Portugal e no destaque da vantagem low-cost.
