O Fórum Económico Mundial 2025, que decorreu em Davos de 20 a 24 de janeiro, teve como tema "Colaboração para a Era Inteligente". Os debates recaíram sobre a necessidade urgente de
construção de confiança, avanço tecnológico ético, ação e cuidado ambiental e diplomacia colaborativa.
Como é habitual, cerca de três mil líderes políticos e empresariais marcaram presença no Fórum Económico Mundial, entre eles, governantes e centenas de presidentes executivos das maiores empresas a nível global, incluindo a Microsoft, JPMorgan, Amazon, Meta, Alphabet (casa-mãe da Google) ou Apple.
A influência da tecnologia na configuração do futuro da sociedade e da economia foi um tema em destaque e tiveram lugar discussões complexas sobre o uso ético e responsável de tecnologias emergentes, tais como a inteligência artificial, a blockchain e a computação quântica. A necessidade de colaboração internacional para estabelecer estruturas regulatórias que equilibrem a inovação com a privacidade, segurança e bem-estar social destacou-se como um consenso-chave.
No âmbito dos riscos, relebrou-se a publicação recente do Relatório de Riscos Globais de 2025 pelo Fórum Económico Mundial, publicado a 15 de janeiro, que mostra que a desinformação é o principal problema a ser enfrentado pelo mundo nos próximos dois anos. A partilha de afirmações falsas e enganosas nas redes sociais é considerado um risco mais importante até que eventos climáticos extremos e conflitos armados entre países. O documento considera que o fenómeno digital está a impactar o cenário geopolítico ao distorcer, por exemplo, informações sobre intenções de votos e sobre zonas de conflitos.
Para o ano de 2025, os conflitos armados são considerados a ameaça mais preocupante, logo à frente dos eventos climáticos extremos. O atual clima geopolítico no mundo, fruto da invasão da Ucrânia pela Rússia e das guerras no Médio Oriente e no Sudão – tem aumentado a expectativa de uma crise ao longo do tempo.
Relativamente à crise climática, foi destacado o papel crítico dos investimentos do setor privado, políticas governamentais e envolvimento social na aceleração da transição global para energias renováveis, da redução das emissões de carbono e da preservação da biodiversidade.
Outro dos focos foi a tomada de posse de Donald Trump, que decorreu no dia em que o Fórum Económico Mundial arrancou, e que esteve presente no Forum através de videoconferência. O seu discurso em torno de desregulamentação, energia políticas mas sobretudo de ameaça de tarifas alfandegárias, já está a ter consequências, uma vez que as empresas que mais exportam para os EUA terão de procurar alternativas. E para a UE, bem como para Portugal, fazer isso no curto prazo será difícil, uma vez que os EUA continuam a ser claramente o principal parceiro comercial da UE.
Dos representantes portugueses em Davos, destaca-se a presença do Ministro da Economia, Pedro dos Reis, que afirmou que "Perante a insegurança percecionada a nível global, Portugal é visto como um porto de abrigo, com um ambiente amigável ao investimento privado", apostando em reforçá-lo cada vez mais, na medida em que reduz a carga fiscal e caminha no sentido da simplificação e desburocratização.
É também valorizado o facto de Portugal ter energia segura e a preços estáveis e de continuar a apostar em projetos para aumentar ainda mais a sua independência nesta área.
Por fim, as estratégias de atração de talento qualificado e incentivos fiscais para empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento, fortalecem a posição de Portugal como um hub de inovação e conhecimento.
Newsletter 18/02/2025