A ANIMEE participou no referido evento, organizado pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal e Fundações REPSOL (Fundación Repsol ) e CORRELL – esta com escopo nos Transportes Rodoviários Internacionais
(Fundación Corell),e que se realizou no passado dia 5 de Julho de 2023, em Lisboa https://cip.org.pt/forum-luso-espanhol-o-espaco-iberico-conectado-para-acelerar-a-descarbonizacao/
- Incidindo no transporte rodoviário, em duas “Mesa-Redonda”, foram analisados
1.1. “Logística e conectividade digital, catalisadores da transição energética
- A Península Ibérica, uma referência logística fundamental na Europa,
- Os portos ibéricos como ponte logística intercontinental.
- Transporte de mercadorias e corredores terrestres e ferroviários
- Colaboração pública na ligação ibérica
2. “Desenvolvimento tecnológico e industrial para a transição energética na Península Ibérica”
- Península Ibérica como Hub de Hidrogénio e as suas ligações com a Europa.
- Energias renováveis e planos na Península Ibérica.
- Transporte de eletricidade e gás na Península Ibérica. Pedro Furtado, Diretor de Estudos e Regulação das Redes Energéticas Nacionais (REN).
Contudo, particular relevância merece a intervenção do principal orador, Emiliano López Atxurra, Presidente da “PETRONOR” https://petronor.eus/es/, sobre o tema,
“A transição energética como oportunidade para o desenvolvimento tecnológico e a reindustrialização da Península Ibérica”
Conciliando a reindustrialização com fatores geoestratégicos, registam-se as seguintes notas:
- O alargamento a Leste da União Europeia e a invasão da Ucrânia, colocam Portugal e Espanha na “periferia”;
- Já em 1985/86 Jacques Delors defendia que a descarbonização – a ser entendida como elemento de competitividade, estava na Agenda Europeia. Apesar do tempo decorrido, não se concretizou;
- Os principais elementos de matérias-primas estão na América do Sul e África;
- Portugal com grande capacidade para formar quadros africanos, em especial no período 2024 - 2029 ;
- Relevância do Norte de África, sobretudo para as energias renováveis;
Ou seja, apoiando o mote em que se baseou o Fórum:
“A população e as economias portuguesa e espanhola atingiram uma dimensão altamente competitiva e a sua capacidade de exportação tornou-se ainda mais relevante e crescente. Ambos os países têm uma abundância de sol e ventos fortes, infraestruturas de gás maduras e uma grande experiência industrial. No entanto, a sua integração entre si e com o resto da Europa tem ainda de ultrapassar múltiplas barreiras, assim como a conectividade através do território, uma rede elétrica estável ou uma infraestrutura de comunicações mais potente.
Neste contexto, a criação de um espaço ibérico de energia, devidamente ligado à Europa, permitiria não só reduzir os custos e os preços finais, melhorando a competitividade da nossa indústria, mas também promover as novas tecnologias necessárias para a transição energética”
- A concretização de tão elevados propósitos, não deixam de estar condicionados pelo contexto politicamente relevante, desde logo:
- i) De 1 de Julho a 31 de Dezembro de 2023, Espanha detém a Presidência do Conselho da União Europeia, o que sucede pela quinta vez, tendo definido como prioridades:
- Reindustrializar a União Europeia e garantir a sua autonomia estratégica;
- Avançar a transição ecológica e adaptação meio ambiental;
- Impulsionar maior justiça social e económica;
- Reforçar a unidade Europeia;
- ii) A 23 de Julho realizar-se-ão disputadas Eleições Gerais , sendo o PP-Partido Popular, com o lema “Un Proyecto AL Servicio De Un Gran Pais” e PSOE – Partido Socialista Operário Espanhol - “España Avanza”, os candidatos a formar Governo.
Apesar das divergências dos respetivos programas eleitorais ambos convergem no desígnio de desenvolver as energias renováveis e reforçar o peso da indústria na economia espanhola – hoje, segundo PSOE corresponde a 15,3%, pretendendo o PP aumentar essa percentagem para 20%.
Em Portugal, o peso era de 13,5% em 2019 (ver aqui).
Sendo pacífico que, energeticamente, a Reindustrialização será “Verde”, pela sua especificidade Atlântica, em Portugal poderá ser predominantemente “Azul”?